terça-feira, 24 de novembro de 2009

Festival de Cinema - Eles que são brancos que se entendam - ResendeTV


Resende prosperou muito com a ajuda do braço escravo. Essas relações de trabalho tiveram o seu fim e hoje, o trabalho escravo constitui um grave crime. -Artistas trabalham por amor, eles gostam de aparecer... Essa afirmação pode ser confirmada com facilidade. Basta perguntar para qualquer artista. No país campeão na cobrança de tributos e sabidamente muito fraco no que diz respeito à educação, criou-se leis específicas que dão a opção para quem paga os altos impostos, de direcionar parte do débito para ações culturais específicas. Empresas pequenas ficam de fora mas as grandes corporações utilizam cada centavo aprovado, em ações culturais onde divulgam as suas marcas, seus produtos e seus serviços. Isso possibilitou o crescimento de uma nova indústria que movimenta muitos e muitos milhões de reais todos os anos. Produções de caráter duvidoso e produções sérias andam juntas na captação dessas verbas milionárias. Assim, esses escritórios buscam em primeiríssimo lugar, o dinheiro. E é assim que também lançam mão de todos os artifícios para ficar com todo o dinheiro que puderem acumular. Ontem, fui convidado pelo Lu Gastão para ser jurado neste festival que vai ser montado em Resende e Itatiaia. São quatro dias e ao jurado não oferecem nada. O Lu disse que estão sem verba. Ora, se o logotipo da empresa operadora de telefonia está bem estampado acima no convite, e os de outras tantas com menor participação, figuram no rodapé do mesmo, é de se imaginar que corre dinheiro nessa ação. Então, porque não pagar pelo trabalho do artista? Peço aqui, minhas desculpas públicas por ter declinado ao convite para trabalhar mais uma vez de graça. Lembrei do café, dos escravos, dos índios Purís e pensei cá com os meus botões: - Eles que são brancos, que se entendam...


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foto: http://morosozinhoeagora.wordpress.com/

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