Com que roupa que eu vou?
Nesse dia, acordei com várias e aparentemente muito simples perguntas na cabeça: Com que roupa que eu vou? Será que vou ao barbeiro? Convido alguém de última hora? Todas essas perguntinhas para encobrir a principal questão. O que vou dizer? Como vou agradecer? Escrever ou não escrever? As perguntinhas não saiam de minha cabeça e assim, pensei num terno, numa camisa, num blazer e também numa roupa espalhafatosa que todo artista tem no fundo do armário. A hora foi chegando e depois do banho, tive que decidir. Vou assim ou assado? Já tinha escolhido uma bela camisa que ganhei de meu irmão quando pensei no Claudionor Rosa e no meu tempo de atividade cultural na cidade. Em 1980 ou 1981 recebi a primeira menção honrosa do Museu de Arte Moderna de Resende, quase trinta anos se passaram e agora me dava conta disso. Neste tempo, o Salão da Primavera era dirigido por Solange Godoy e estava montado no prédio que foi sede do Aero Clube de Resende e do Banco do Brasil, antes de se tornar o prédio da Câmara Municipal. Uma coisa leva à outra e eu estava novamente voltando ao prédio, hoje restaurado e adaptado pelo arquiteto Ton Kneip, para receber a maior das honrarias que já recebi até hoje. Estava saindo quando veio novamente à cabeça a figura do Claudionor. Imediatamente, tirei a camisa e vesti a camiseta do Grêmio Literário de Resende. Comecei assim, a querer agradecer o tanto que a cidade tem me proporcionado durante esses anos todos. Sai de casa com minha camiseta, muito orgulhoso para encontrar os amigos e festejar este grupo que se destaca nas artes por estar tão próximo do público que se confunde com ele. Fui como se diz, ä vontade e assim, também trabalhei durante a festa. O filme vem aí!!!! O troféu que recebi, ofereci ao público, pois é a cidade que está nas imagens que, em última análise, fazem os meus filmes. Obrigado Resende! Mais um vídeo vem aí!
Foto do grupo: Lu Gastão
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